Para quem gosta de matemática…


Um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do ápice à base… Uma figura ímpar, olhos rombóides, boca trapezóide, corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua vida paralela a dela que se encontraram no infinito.
Quem és tu? – indagou ele com ânsia radical.
Eu sou a soma dos quadrados dos catetos, mas pode me chamar de hipotenusa!
E de falarem, descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a almas gêmeas, primos entre si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas senoidais.
Nos jardins da quarta dimensão, escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exagetas do universo finito.
Romperam convenções Newtonianas e Pitagóricas e, enfim, resolveram se casar, construir um lar mais que um lar, uma perpendicular.
Convidaram os padrinhos: o Poliedro e a bissetriz, e fizeram os planos, equações e diagramas para o futuro, sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos e foram felizes até aquele dia em que tudo afinal, vira monotonia…
Foi então que surgiu o máximo divisor comum, frequentador de círculos concêntricos viciosos, ofereceu-lhe a ela uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, quociente, percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade. Era o triângulo tanto chamado amoroso desse problema, ele era a fração mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade, como aliás, em qualquer sociedade…
(Millor Fernandes)

Comentários

  1. Interessante esse texto do Millor, sempre legal! beijos,tudo de bom,chica

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  2. E eu que nem gosto de matemática... adorei!
    Beijo

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  3. Olá, querida Débora!!!
    Passando aqui pra deixar o meu carinho!!
    Boa noite e um bom início de semana!!
    Bjokas!!Soninha!

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  4. Esse texto é o máximo! Muito criativo... E adoro a crítica final!

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  5. Olá,
    Sou da Revista Cálculo - Matemática Para Todos, gostamos muito do texto.

    Cido

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